terça-feira, 18 de maio de 2010

Cérebro e Sistema Nervoso



Este tema está relacionado com a tristeza, a dor e, portanto, com o Cérebro e o Sistema Nervoso humanos.

Cérebro


De entre todos os órgãos do nosso organismo, destaca-se o cérebro pelo conjunto de funções que domina e coordena. É uma estrutura maravilhosa, sendo a fonte de todo o comportamento humano, controlando ao mesmo tempo um enorme número de funções incrivelmente complexas.

O cérebro recebe informação e transmite-a aos locais apropriados pelo o seu processamento, permitindo à pessoa agir com base nessa informação. Ele gera variadas emoções e é também a fonte da cognição, da memória, dos pensamentos e daquilo a que chamamos inteligência.

Para compreendermos o funcionamento do cérebro temos que começar por analisar o funcionamento geral do cérebro.

As células deste órgão, células gliais e neurónios, comunicam entre se através da circulação da informação (impulso nervoso), o que gera uma corrente electroquímica - influxo nervoso.


É através da sinapse que ocorrem a transmissão de informação entre dois neurónios ou entre um neurónio e uma outra célula (por exemplo: uma célula muscular).


Funcionamento global do cérebro

O Sistema Nervoso está dividido:





A espinal medula tem uma dupla função – coordenação e condução. Coordena a actividade reflexa e conduz as mensagens do cérebro para o resto do corpo e vice-versa.




Funcionamento sistémico do cérebro

Apesar de dividido em várias partes,o cérebro funciona como um todo. Todas as suas estruturas se complementam.



  • Hemisférios Cerebrais

O nosso cérebro encontra-se dividido em dois hemisférios, situados um de cada lado – lateralização hemisférica.

Cada um destes hemisférios tem funções específicas. O hemisfério direito é responsável pela formação de imagens, pelas relações espaciais, pela percepção das formas, das cores e das tonalidades afectivas, bem como pelo pensamento concreto. Por sua vez, o hemisfério esquerdo do cérebro controla o pensamento lógico, a linguagem verbal, o discurso, o cálculo e a memória.


Contudo, apesar de cada uma das partes ter determinadas funções, elas não funcionariam em pleno, uma sem a outra. Ou seja, os dois hemisférios cerebrais interagem e complementam-se. Daí se dizer que o cérebro funciona como um todo e que o seu funcionamento é sistémico.



  • Lobos Cerebrais

O cérebro, como já referimos, está dividido em dois hemisférios. Ora, por sua vez, cada hemisfério encontra-se dividido em quatro lobos – frontal, parietal, occipital e temporal.


Cada um dos lobos integra duas áreas – a primária (que recebe os estímulos vindos do exterior) e a secundária (cuja função é processar os estímulos captados pela área anterior).


As suas funções das determinadas áreas e os efeitos de lesões aí provocadas, bem como o seu nome, estão sintetizadas no seguinte quadro:





  • Áreas pré-frontais

As áreas pré-frontais são as responsáveis pelas capacidades superiores que distinguem a espécie humana de todas as outras.

Estas áreas estão intimamente relacionadas com a memória, permitindo-nos recordar o passado, planear o futuro, resolver problemas, antecipar acontecimentos, reflectir, tomar decisões, criar o próprio mundo. E, para além de assegurarem todas estas funções, permitem-nos ainda tomar consciência delas.

No entanto, não é apenas com o pensamento que as áreas pré-frontais estão relacionadas. Também se prendem complexamente com as emoções.
O nosso centro emocional é o sistema límbico.


Acontece que se ocorrer uma ruptura entre as áreas pré-frontais e o sistema límbico, se não se estabelece uma relação entre as duas áreas, passa a existir uma indiferença afectiva.

Existem casos documentados (como o de Phineas Gage e de Elliot) em que essa ruptura ocorreu, a comunicação entre os dois centros não era efectuada, e os indivíduos deixaram de expressar emoções e foram provocadas graves e profundas alterações nas suas personalidades. Em ambos os casos, a capacidade de tomar decisões foi perdida – não conseguiam controlar a sua vida nem pela razão nem pela emoção.

É muito importante referir que não é só a razão que guia as nossas escolhas. Também as emoções podem ser guias das decisões que tomamos.

Podemos então concluir que o nosso cérebro funciona de forma sistémica. Este órgão é um conjunto de elementos em que as componentes especializadas que o constituem são interdependentes, funcionam de forma integrada. Ou seja, apesar de dividido em várias áreas com funções específicas, todas elas trabalham de forma integrada, sistémica. Complementam-se.

Função Vicariante e Plasticidade Cerebrais


A função vicariante é uma característica do cérebro que permite que uma função seja recuperada por uma área vizinha, quando ocorre uma lesão numa determinada área. É por isso que, com terapias adequadas, as pessoas que sofreram lesões na área de Broca – que produz a linguagem falada – podem não sofrer de afasia de Broca. Isto é, podem não deixar de falar. Podem recuperar essa função devido à característica vicariante do cérebro.


A plasticidade é outra característica cerebral, intimamente relacionada com a anterior, que nos permite, por exemplo, aprender.


Vamos adquirindo conhecimento ao longo de toda a vida porque o nosso cérebro “estica, é plástico”. Isto é, não existe uma rigidez cerebral. Segundo Egas Moniz, “A mecânica cerebral não tem a fixidez de uma máquina”.


Por isso, vamos acumulando conhecimentos, aprendizagens, experiência ao longo de toda a nossa vida – sim, porque ao contrário do que se pensa, o nosso cérebro tem capacidade para aprender seja qual for a nossa idade, devido à sua plasticidade. É também esta característica que permite que a função vicariante exista.


Lentificação do Desenvolvimento Cerebral

Comparando o desenvolvimento cerebral do cérebro humano com o desenvolvimento do sistema nervoso central de outros mamíferos, constatamos que no ser humano o processo se desenrola de forma muito mais lenta. O nosso cérebro desenvolve-se muito lentamente, mesmo quando comparado com outros órgãos do organismo.

Isto porque o ser humano nasce imaturo, no sentido em que não tem as suas capacidades desenvolvidas quando nasce. É por isso que a infância demora tanto tempo: é o período de desenvolvimento do cérebro.

No entanto, ao contrário do que possa parecer, essa lentificação traz muitas vantagens: facilidade de adaptação a outros meios e de enfrentar situações imprevistas com eficácia; capacidade de realizar variadíssimas tarefas. Além disso, durante o período de desenvolvimento cerebral e devido à sua plasticidade, é possível uma individuação, uma distinção do indivíduo em relação aos restantes membros da sua espécie: é possível tornar-se único.

Enquadramento teórico

1. Quem são os destinatários dos cuidados paliativos?

Os cuidados paliativos destinam-se a pessoas que tenham alguma das seguintes scaracterísticas:
· Doenças que se alastram rapidamente e a cuja esperança de vida é limitada;
· Necessidade de um tratamento curativo que não existe;
· Sofrimento intenso, necessidades de difícil resolução e que exige um apoio específico, organizado e interdisciplinado.

Ficam de fora destes cuidados pessoas que sofram de incapacidades de longa duração mesmo que seja uma condição irreversível, em recuperação ou convalescença, ou em situações de clínica aguda.

Estes cuidados destinam-se a pessoas de todas as idades, desdes crianças a idosos.



2. O que são cuidados paliativos?

Ajudar os doentes a morrer melhor, aliviando-lhes a dor com terapias e palavras de alento, passa pela nova abordagem das equipas nos hospitais, que intervêm, controlando os sintomas e ajustando a terapia à dor específica de cada doente. Podemos chamar a isto Cuidados Paliativos.
São cuidados prestados a doentes com doenças incuráveis em fase avançada e rapidamente progressiva, ou seja, uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença, na tentativa de prevenir o sofrimento que esta gera e de proporcionar uma máxima qualidade de vida possível a estes doentes e também às suas famílias.

Este tipo de cuidados de saúde consegue conciliar a ciência e o humanismo.

Tem como objectivo promover, da melhor maneira possível e, de preferência, até ao fim, o bem-estar e a qualidade de vida merecida destes doentes.

São cuidados bastante activos e também globais que incluem uma variedade de tarefas, como o apoio à família, prestado por equipas e unidades específicas, em internamento ou domicilio, segundo níveis de diferenciação.

As componentes essenciais dos cuidados paliativos implicam o envolvimento de uma equipa com diferentes estruturas. Os componentes são:
- Alívio de sintomas;
- Apoio Psicológico, espiritual e emocional do doente;
- Apoio à família;
- Apoio durante o luto.

Acção Paliativa
A Acção Paliativa não tem o mesmo fundamento que cuidados paliativos. Esta é uma determinada medida terapêutica, mas sem intuito curativo, que tem como objectivo diminuir as consequências negativas da doença, em internamento ou no domicílio.

Estas acções podem ser prestadas nos hospitais, centros de saúde e na rede de cuidados continuados.

Doenças que requerem Cuidados Paliativos
Os cuidados paliativos são determinados pela situação e pelas necessidades do doente, e não pelo diagnóstico das doenças.

São exemplo de doenças a sida, o cancro e outras doenças neurológicas graves e que se propagam rapidamente implicam a necessidade de cuidados paliativos.



3. Qual a importância de abordar este tema no meio escolar?

A Organização Mundial de Saúde (OMS), define cuidados paliativos, como “os cuidados activos e totais prestados ao paciente, cuja doença já não responde ao tratamento curativo”.

O termo paliativo, vem do latim, pallium, que significa manto ou capa. Como o nome indica o objecto primordial dos cuidados paliativos é encobrir os sintomas subjacentes à doença em fase terminal e possibilitar que o doente tenha uma melhor qualidade de vida. É necessário saber que paliar o doente não significa apenas prestar-lhe cuidados relativos a sintomas físicos, mas também, prestar-lhe apoio psicológico.

A medicina paliativa revela grande importância, na medida em que alivia os sintomas que o doente experiencia, pois nalguns casos, estes sintomas são muito desconfortáveis e a dor sem eles seria difícil de suportar. Também o apoio psicológico especializado destaca-se revelando grande importância na qualidade de vida do doente, pois não só os sintomas físicos são vivenciados pelo doente, mas também os psicológicos que se vão manifestando ao longo da fase terminal.

O cuidado paliativo torna-se assim tão importante como o cuidado curativo, pois visa suportar as necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais, transmitir conforto e dignidade ao paciente e seus familiares e informá-los para que estes possam ter uma melhor orientação no que diz respeito a sinais e sintomas que demonstrem a proximidade da morte.

Assim sendo, os cuidados paliativos constituem hoje uma resposta indispensável aos problemas do final da vida, e em nome da ética, da dignidade e do bem-estar de cada Homem é preciso torná-los cada vez mais uma realidade, que poderá cada vez mais ser posta em prática se todos nós, que vivemos em sociedade e interagimos diariamente uns com os outros, tomarmos consciência de que a necessidade de cuidados paliativos é real, existe e deve ser praticada em nome de uma melhor qualidade de vida entre a sociedade.

E com o objectivo de divulgar cada vez mais e dar a conhecer a necessidade e a importância destes cuidados, nada melhor como divulgar esta problemática em meio escolar, um meio onde se desenvolvem “pequenas mentes” que mais tarde iram ser “grandes mentes” e farão parte de uma sociedade activa, responsável e informada. Porque o fim da vida não tem de ser um período de sofrimento.

Introdução

Fazemos parte da turma 12ºA da Escola Secundária Marquesa de Alorna de Almeirim.
Este blog foi criado no âmbito de um trabalho da disciplina de Área de Projecto, e com o objectivo de divulgar o nosso trabalho de um ano e de aumentar o leque de informação disponível sobre os Cuidados Paliativos.
Assim, esperamos que vos seja útil.